Uma das grandes dificuldades da indústria da construção civil é controlar os desperdícios. Mesmo com a profissionalização do setor, ainda há muita gente que acredite na frase “melhor sobrar do que faltar”, o que contraria totalmente os conceitos de planejamento e da boa gestão. O gerenciamento de obras envolve administração de tempo, recursos e equipe para que tudo saia dentro do cronograma e orçamento definidos.

Sobras de madeira, aço, telhas, tijolos, cimento e areia (Resíduos de Construção e Demolição – RCD) são os desperdícios mais fáceis de identificar na construção civil. Toda obra produz resíduos, o que naturalmente é inevitável, até mesmo porque existe uma margem de segurança, porém a equipe deve conhecer os cálculos e especificações fornecidas pelo engenheiro, bem como, formas de armazenagem, distribuição, transporte de matéria-prima e possibilidades de reciclagem,

Além dos danos financeiros, causados pelo desperdício de material, a destinação inadequada dos resíduos pode gerar impactos ambientais significativos. Portanto, o gestor deve ficar atento ao cumprimento das normas previstas na Resolução n° 307 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e na Lei n° 12.304/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Embora a palavra desperdício seja facilmente associada aos recursos materiais, a questão é ainda mais ampla. Além de material, desperdícios de mão de obra, tempo, equipamentos e maquinários também são muito comuns.

Contar com mão-de-obra qualificada é essencial. Muitas vezes a inexperiência, a falta de habilidade ou a postura inadequada frente ao trabalho pode causar erros na execução, retrabalho e consumo excessivo de insumos, que também estão diretamente relacionados ao desperdício de tempo. É importante também avaliar se o número de profissionais é adequado, para evitar ociosidade, e investir em treinamentos para a equipe.

Falha no planejamento logístico e na gestão de mão de obra são as principais causas de perdas de máquinas e ferramentas na construção civil. Além de falhas ou quebras de equipamentos, os desperdícios também incluem máquinas paradas por desencontros de datas ou horários de processos, aluguéis fora do prazo, falta de orientação e dimensionamento incorreto da frota.

É preciso acompanhar as ações de perto e manter o canteiro de obras organizado de forma estratégica, para otimizar os deslocamentos e manuseios e aumentar a eficiência das operações. Apostar em tecnologia também pode ser um caminho inteligente e inovador para controlar os recursos, minimizar desperdícios, elevar as taxas de produtividade e qualidade, com uma redução proporcional de custos.